Monchique - Lugar de encontro entre a poesia e o medronho

Esté é um complemento ao blogue http://confrariadomedronhomonchique.blogspot.com
onde se publicarão poemas que se refiram a Monchique ou medronho. Está aberto á participação de poetas cujos poemas se enquadrem na regra estabelecida.
Para os poetas de Monchique, independentemente dos temas abordados, existe outro blogue: http://confrariadospoetasetrovadores.blogspot.com

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

MEDRONHO

Poema de Salazar Moscoso, nascido em Lagos em 1856, publicado em "O Cabaceiro", Ano I, nº 29, Santarém 5/10/1932.

MEDRONHO

É LÁ, POR ONDE VOA A BRAVA ROLA
  AOS IDÍLIOS QUE SONHARA
QUE EU BRILHO, COMO BRILHA NUMA SEARA
  UMA RÚTILA PAPOULA!
  OS MEUS RTEFLEXOS ESTRANHOS
  OS MEUS LÚBRICOS FULGORES
INCENDEIAM OS BEIJOS DOS PASTORES
E O VAGUEAR PAUSADO DOS REBANHOS!
DIR-SE-Á QUE, NA SERRA, O VASTO MAR.
TEM RISOS DE CORAL A FLUTUAR!
  ENTRE O TOJO, A ESTEVA, O CARDO
  E AS SOBREIRAS MUTILADAS
  QUE CHORAM, ACOMPANHADAS
  DO MONÓTONO MOSCARDO,
NA PAISAGEM, DAS BRENHAS, TÃO SOMBRIA,
  SOU NOTA DA ALEGRIA
  QUER NUM HÚMIDO BARRANCO,
  QUER NUMA ELEVADA CRISTA,
SOU UM PROTESTO VIGOROSO E FRANCO
  ONDE SE ESTIMULA A VISTA
QUE ASSIM, SE RETEMPERA E SE REPETE E SE RESGUARDA
  DE TANTA COUSATRISTE, AGRESTE E PARDA!
  TANTO DEPOIS DE MORTO, COMO VIVO,
  EU SOU ALEGRE, EMBRIAGANTE, ACTIVO.


.....................................................................................


SOU UM NÚCLEO DE SONHOS, D´ESPERANÇAS
FAÇO A AMBIÇÃO DAS TÍMIDAS CRIANÇAS;
QUANDO, EM LÍQUIDO, PERCO OS TONS VERMELHOS
INDA, ASSIM, DOU VIGOR AOS TRISTES VELHOS.


....................................................................................


OXALÁ QUE NOS ANTROS LÁ DO INFERNO
TENHAMOS UM OLHAR TÃO FULVO E ... TERNO

Salazar Moscoso

Sem comentários:

Enviar um comentário